O fim do plástico?

O fim do plástico?
O fim do plástico?

2021-11-19

A crise do plástico veio para ficar. Se o seu uso parasse hoje, estima-se que daqui a 450 anos os nossos detritos plásticos continuariam por cá.

Ninguém sabe quanto plástico acaba no fundo dos oceanos anualmente, mas uma estimativa aproximada indica entre 5,3 e 14 milhões de toneladas anualmente. E os cientistas não conseguem prever com precisão quanto tempo demora a biodegradar-se: entre 450 anos e… nunca!

O plástico é usado, desde meados do séc. XX, em praticamente tudo. No entanto, o seu tempo de vida útil difere imenso entre setores, sendo que o plástico utilizado para packaging tem um tempo médio de uso inferior a 6 meses e representa praticamente metade do desperdício plástico hoje em dia.


A PROIBIÇÃO DE UTILIZAÇÃO DE PLÁSTICOS DE UTILIZAÇÃO ÚNICA


Para dar resposta à crise ambiental provocada pela elevada utilização de plástico em aplicações de curta duração, as quais não são concebidas para serem reutilizadas ou recicladas de forma eficaz em termos de custos, a União Europeia avançou com a «Estratégia europeia para os plásticos em economia circular».

A nível nacional, e segundo as disposições da Lei n.º 76/2019, de 2 de setembro, em “todos os estabelecimentos, outros locais e atividades não sedentárias do setor da restauração e/ou de bebidas deve ser utilizada louça reutilizável, ou, em alternativa, louça em material biodegradável”. Incluem-se na categoria de plásticos de utilização única cotonetes, talheres e pratos de plástico, palhinhas, agitadores de bebidas, varetas para balões, bem como recipientes como caixas, com ou sem tampa, utilizadas para conter alimentos, copos e garrafas de plástico.

As alternativas ao plástico existem no mercado há vários anos, mas ganham particular relevo neste momento de transição.


UMA OPORTUNIDADE PARA FAZERMOS A DIFERENÇA


As embalagens de uso único biodegradáveis representam uma excelente oportunidade para nos aproximarmos de um modelo de economia circular e fechar o ciclo dos resíduos, produzindo embalagens a partir de plantas que podem ser compostadas e devolvidas à Terra, estimulando o cultivo de outras plantas. A compostagem também ajuda a melhorar a qualidade do solo e a reter água, o que por sua vez torna a terra mais resistente à seca.

Nem todos os materiais biodegradáveis podem servir como composto, mas a sua biodegradabilidade garante, desde logo, a salvaguarda do meio ambiente.


QUAIS OS MATERIAIS ALTERNATIVOS AO PLÁSTICO QUE POSSO USAR?


Ao nível do packaging e do material de uso único para restauração, as alternativas ao plástico, que durante décadas foi o material dominante no segmento, começam a ser muitas, sustentáveis, biodegradáveis, compostáveis e recicláveis. Mas de onde vêm?


Bagaço de cana-de-açúcar



O bagaço é a fibra que resta depois de o sumo ter sido extraído da planta da cana de açúcar - é um subproduto agrícola abundante com mais de 54 milhões de toneladas produzidas anualmente. Resumindo: é uma fibra vegetal e decompor-se-á naturalmente no ambiente.

As embalagens de polpa de cana são extremamente versáteis, baratas e degradam-se rapidamente quando compostadas em casa ou numa instalação de compostagem industrial. São geralmente recicláveis juntamente com o cartão (desde que estejam limpas e não restem resíduos alimentares).


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Cartão




O nosso “velho amigo” cartão apresenta-se em diversos formatos e diversas gramagens, tornando-se, aos dias de hoje, o material alternativo ao plástico mais versátil. Há imensos tipos de cartão e, na generalidade, todos são recicláveis.

Além de tudo isto, um estudo da Two Sides, uma organização sem fins lucrativos para a promoção de uma economia sustentável, demonstrou claramente que os consumidores apreciam o esforço das empresas que procuram utilizar produtos eco-friendly, com o cartão e o papel no topo das preferências. Pode, desta forma, ser amigo do ambiente e marcar uma posição diferenciada no seu segmento.


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Fibra de trigo



A fibra de trigo é um material ecológico que começa a ser comercializado como uma alternativa aos produtos plásticos. Enquanto subproduto da produção do trigo, não envolve produtos químicos prejudiciais e é um material de qualidade alimentar, o que o torna particularmente interessante para a produção de recipientes para alimentos.

São biodegradáveis, antialérgicos e particularmente resistentes às alterações térmicas – podem muitas vezes ir ao congelador ou ao micro-ondas.


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Areca



Areca é um género de palmeira encontrada na Ásia e África oriental com cerca de 50 espécies conhecidas. As folhas da areca são naturalmente descartadas pela árvore e são recolhidas do solo da floresta, sem que nenhuma árvore seja cortada. A juntar a isto, são 100% biodegradáveis e compostáveis.

Resultam em recipientes ideais para comida, sem cheiro, não tóxicos e extremamente leves. São uma alternativa perfeita enquanto pratos descartáveis ou semi-reutilizáveis.


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Madeira



A madeira sempre foi utilizada na confeção de alimentos (quem não conhece a famosa colher de pau?), pelas suas propriedades inertes (não altera a composição química dos alimentos) e ergonómicas. Surge, hoje em dia, como uma alternativa válida como artigo de utilização única, nomeadamente no que respeita a talheres descartáveis.

É 100% orgânica, biodegradável e compostável.


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Bambu




O bambu assume-se cada vez mais como um material relevante no mercado de materiais sustentáveis, sendo uma excelente alternativa ao metal, plástico e madeira. A planta do bambu (sim, o bambu é uma planta e não uma árvore) é uma das plantas com maior crescimento. Tal como a madeira, é um material renovável, mas cresce muito mais rapidamente, mostrando-se mais sustentável.

É 100% biodegradável e compostável, liberta mais 35% de oxigénio do que a mesma quantidade de árvores na Natureza e tem mais resistência à tração do que o aço.


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PLA e CPLA




PLA é um bioplástico compostável derivado de açúcares de plantas e pode ser produzido a partir de qualquer açúcar, como amido de milho, mandioca, cana-de-açúcar ou beterraba sacarina.

O amido é extraído na forma de glicose e é posteriormente fermentado para produzir ácido láctico que, através de um processo químico, é transformado em polímeros que resultam em resina. É compostável industrialmente e biodegradável, mas é, de todas estas soluções, a menos sustentável.

O CPLA é uma forma cristalizada do PLA, muito mais resistente ao calor e ideal para embalagens de comida, onde a resistência térmica é indispensável. É compostável industrialmente.


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O plástico, material standard ao longo de mais de meio século, vai desaparecer. Os materiais alternativos podem não ter a competitividade ao nível do custo, mas compensam nos enormes benefícios ao nível da saúde pública, utilização e valorização por parte do utilizador. Com o progredir da pesquisa e desenvolvimento deste tipo de materiais, também o custo será largamente inferior. Será que chegaremos ao dia em que o plástico não vagueia nos oceanos, praias ou ruas?